terça-feira, 5 de junho de 2012

HISTÓRIA DA AVIAÇÃO AGRÍCOLA


O Inventor e a Primeira Empresa Aplicadora


Em 1911, mais precisamente em 29 de Março, o Agente Florestal Alemão Alfred Zimmermann recebeu o "Diploma de Inventor da Aviação Agrícola" pelos trabalhos de aplicação aérea sobre florestas pulverizando Cal para controle de lagartas.

Em 1921, Neillie & Houser polvilharam Arseniato de Chumbo em florestas para controle de lagartas no Estado de Ohio, EUA.

Em 1922 - Primeiro Vôo Agrícola na Cultura do algodão - Luisiana - EUA.

Em 1923 foi criada a primeira empresa aérea aplicadora de defensivos agrícolas: Huff - Daland Dusters Incorporate, EUA.

Décadas de 20 e 40

Nas décadas de 20 e 40 nada foi feito para o aperfeiçoamento das aeronaves agrícolas. Os equipamentos de aplicação eram tambores e mangueiras bastante rústicos instalados nos aviões. Nessa época predominavam os biplanos de treinamento militar, de grande manobrabilidade, grande capacidade de carga e fácil manutenção.

Após a década de 40, mais precisamente após a Segunda Grande Guerra Mundial, aconteceu a explosão da aviação agrícola nos EUA, quando começou acontecer o aperfeiçoamento dos equipamentos de aplicação, primeiramente devido ao grande desenvolvimento da agricultura e as necessidades do controle fitossanitário e também pelos problemas de infestação de gafanhotos, malária e incêndio florestais. Nessa época eram utilizados os aviões Stearman e Piper J3. Muitos pilotos da aviação de caça, depois da guerra, tornaram-se pilotos agrícolas.

Após a 2a Guerra Mundial cerca de 4.000 unidades do Stearman foram convertidas para trabalho agrícola.

"(...) nos anos 50 (...) voávamos em Stearmans de cockpit aberto, sem indicadores de velocidade, e com uma placa de plástico, plana, de 4 polegadas, a servir de para-brisas. Desenvolvíamos forte musculação no pescoço segurando a cabeça contra o vento."

História da Aviação Agrícola no Brasil

Décadas de 40 e 50

Em 1947 foi realizado o primeiro vôo agrícola no Brasil, mais precisamente em Pelotas, no Rio Grande do Sul. O Engenheiro Agrônomo Leôncio Fontelle e o Piloto Clóvis Candiota aplicaram produtos químicos objetivando o controle de gafanhotos.

No ano de 1950, iniciaram as aplicações aéreas de BHC na cultura do café. Nessa mesma época foram criadas as "Patrulhas de Tratamento Aéreo" do Ministério da Agricultura (PATAE).

No ano de 1956 a empresa Sociedade Agrícola Mambú Ltda. donos de extensas áreas de bananas na região de Itanhaém-SP, começou realizar aplicações aéreas objetivando o controle do mal de Sigatoka com uma aeronave biplana Stearman.

A empresa Sociedade Agrícola Mambú, foi buscar conhecimento sobre a tecnologia de aplicação no Equador, onde essa tecnologia de controle da Sigatoka estava sendo bastante desenvolvida. Na aeronave Stearman foi adaptado um tambor de 200 litros no assento traseiro, uma bomba centrífuga eólica e dois pulverizadores fabricados pela própria empresa. Conseguiram na época ótimos resultados no controle fitossanitário do mal de Sigatoka com essa tecnologia desenvolvida.

Décadas de 60, 70, 80 e 90

No ano de 1965 foi criada a empresa Seara Defesa Agrícola Vegetal Ltda. que desenvolveu a tecnologia de aplicação aérea UBV (Ultra Baixo Volume) na cultura do algodão.

No ano de 1968 foi criado o CAVAG. No ano de 1969 foi fundada a EMBRAER.

Na década de 70 houve um grande desenvolvimento nos trabalhos de aplicação aérea, mas na década de 80 os trabalhos de aplicação aérea entraram em decadência pela falta de tecnologia.

No início da década de 90, começou um ligeiro crescimento nos trabalhos de aplicação aérea de agroquímicos acompanhando o grande desenvolvimento das culturas da soja e do algodão no cerrado dos Estados do Mato Grosso e Goiás.

No final da década de 90 muitas novas tecnologias começaram a ser utilizadas pela aviação agrícola no Brasil. Novas pontas de pulverização foram desenvolvidas, novas barras de pulverização aerodinâmica, aperfeiçoamento dos equipamentos nacionais e o GPS.

De todas essas novas tecnologias foi o GPS a que mais se destacou, pois funcionou como um certificado de garantia de boa aplicação e, com certeza, foi responsável pelo fechamento de muitos contratos de aplicação aérea com muitos produtores.

Atualmente, no Brasil existem cerca de 1.500 aviões agrícolas em operação. O mercado potencial para essas aeronaves é de 10.000 unidades. Esse potencial de mercado leva em consideração somente as áreas agrícolas atualmente exploradas e não levam em consideração ainda as áreas com possibilidades de exploração. Por exemplo, o Estado do Mato Grosso ainda tem aproximadamente 60% do potencial de áreas agrícolas para serem exploradas pelas extensivas culturas da soja e do algodão.

Poderemos observar nos próximos anos um grande desenvolvimento de novas tecnologias na área de aplicação com aeronaves agrícolas no Brasil. Empresas fabricantes de aviões agrícolas e equipamentos do Brasil e de outros países estarão, nos próximos anos, buscando esse grande mercado potencial da aviação agrícola no Brasil que existe ainda a ser conquistado.









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