quarta-feira, 13 de julho de 2011

LET410 DA NOAR CAI EM UM TERRENO BALDIO NO RECIFE.


O avião da Noar Linhas Aéreas, que caiu na manhã desta quarta-feira em Recife, matando pelo menos 16 pessoas, já havia apresentado problemas antes. O piloto Roberto Gonçalves, que morreu no acidente, havia dito ao irmão dele, o também piloto Jairo Gonçalves, que a aeronave apresentava perda de força na decolagem e havia atribuído o problema a um defeito do modelo LET-410. Ele havia dito ainda que um grupo de técnicos já havia vindo do exterior para verificar o problema. A aeronave é fabricada pela Let Aircraft, da República Tcheca, e a Noar opera com apenas dois aviões deste modelo.

- Pelo visto, o problema não foi solucionado - disse Jairo, acrescentando que não acredita em falha humana e que o irmão era "muito experiente e evitou uma tragédia" ao se afastar de uma área residencial e tentar um pouso forçado em um terreno baldio.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que o avião estava com a manutenção em dia.

Segundo informações da Aeronáutica, a aeronave decolou às 6h51m do aeroporto de Recife com destino a Mossoró, com escala em Natal, e caiu às 6h55m perto praia de Boa Viagem. O Comando da Aeronáutica, em nota, informou que o avião decolou e logo em seguida, o piloto informou à Torre de Controle estar em situação de emergência e que tentaria pousar na praia de Boa Viagem.

A queda ocorreu em um terreno baldio, entre Recife e Jaboatão dos Guararapes. O piloto teria buscado o terreno baldio para o pouso forçado, mas não conseguiu evitar a queda.

Logo depois de tocar o solo, o avião explodiu. Todos os ocupantes morreram carbonizados.


Segundo o Comando da Aeronáutica, o piloto do avião informou no plano de voo a existência de 16 pessoas a bordo e a informação foi ratificada pela tripulação quando em contato inicial com a torre de controle, antes da decolagem. O avião tem capacidade para até 19 pessoas, segundo a Noar.

A assessoria da Noar Linhas Aéreas ainda não divulgou a lista dos ocupantes do avião, entre tripulantes e passageiros, e não confirmou o número de pessoas a bordo.

A empresa afirmou apenas que mantém uma equipe no aeroporto Internacional Augusto Severo para prestar assistência aos familiares das vítimas.

A área onde o avião caiu foi isolada e os bombeiros trabalham no resgate dos corpos. Peritos também estão no local em busca de informações que possam explicar o que motivou a queda.

Todos os voos da companhia aérea nesta quarta-feira foram cancelados, segundo informação de atendentes da própria empresa. A Infraero informa que a decisão de paralisar as atividades não foi dela, como inicialmente informado.

A Aeronáutica iniciou as investigações para apurar as causas da queda.


Noar completou 1º ano de operação em junho


A Noar Linhas Aéreas completou um ano de atuação em junho e atua em cinco estados do Nordeste, com voos para Recife, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Natal e Mossoró. A companhia opera voos diários entre Recife e Maceió e pelo menos três voos por dia na rota Recife/Natal/Mossoró.

O objetivo da empresa é atender principalmente executivos em trânsito entre essas cidades. Em setembro passado, a empresa anunciou parceria com a Gol, na qual os passageiros podem comprar uma passagem no trecho Rio de Janeiro-Mossoró, voando em aviões da Gol e da Noar com apenas um check-in e despachando a bagagem até o destino final. A Noar é uma empresa privada e suas operações foram iniciadas com investimento de R$ 40 milhões. A companhia fazia uma média de 280 voos semanais.


O LET-410 é uma aeronave de fabricação tcheca com capacidade para até 19 passageiros. O avião tem uma envergadura de 19,9 metros, com 14 metros de comprimento e uma altura de 5,8 metros. Em sua página na internet, a Noar informa que o avião pode voar mais baixo, em "voos praticamente panorâmicos".

Em 2006, um acidente com um avião do mesmo modelo, da companhia Team, deixou 19 pessoas mortas no Rio de Janeiro. O avião havia saído de Macaé com destino a capital carioca. Em fevereiro deste ano, um LET- 410 caiu perto da capital de Honduras, Tegucigalpa, matando os dois pilotos e 12 passageiros que estavam a bordo.


Fonte: O Globo

Um comentário:

Fred Mesquita disse...

É difícil de acreditar que o piloto tenha escolhido uma área cercada de obstáculos e fios de alta tensão para pousar. Trocou o certo pelo duvidoso? Aqui, em Recife, todos perguntam: por que o piloto não pousou de emergência na beira-mar? Estive no local do acidente e o que falaram (e pude notar) é que o avião caiu e não pousou, de emergência. Ninguém escolhe um local para pouso e cai nele. Com certeza o que houve foi uma deficiência de pré-jugamento. O piloto escolheu as decisões erradas... Deu no que deu.