terça-feira, 11 de novembro de 2008

MUDANÇA NO SETOR AÉREO DIVIDE ESPECIALISTAS

Antes de tudo gostaria de expressar aqui a minha opnião pessoal sobre o assunto, mesmo não sendo um especialista, mas de toda forma sou um usuário diário do sistema. Na minha modesta opnião, apenas instituições fiscalizadoras, reguladoras, de defesa cívil e etc é que deveriam ser estatais. Ex.: Anac, Polícia Federal, Vigiagro, Receita Federal, etc... o que incluiria também na privatização a Caern, Petrobras, Infraero... mas quem sou eu pra fazer alguma coisa... Queria que fizessem um referendo, pra que pudessemos votar na privatização da Infraero, aí sim veríamos o que iria acontecer.

Mas, fiquem agora com a matéria!!! Um abraço!

Não há consenso entre os especialistas brasileiros em aeroportos sobre o modelo de funcionamento da infra-estrutura aeroportuária. A polêmica maior é sobre a definição do novo papel da Infraero, encarregada da administração dos 67 aeroportos federais, depois que a operação dos principais terminais for repassada à iniciativa privada.
O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da estatal, alerta para o risco de comprometimento dos interesses estratégicos do país. O professor do curso de pós graduação da Universidade de Brasília (UnB) sobre aviação, Adyr da Silva, também ex-presidente da Infraero, não vê outra saída senão repassar aos empresários a operação do sistema aeroviário.
Brigadeiro da reserva e presidente da Telebrás quando o sistema de telefonia brasileiro foi privatizado, Adyr da Silva garante que a transferência da operação dos aeroportos para a iniciativa privada não é uma opção, e sim uma solução para a crise do setor. “Privatizar (os aeroportos) é uma solução para o desespero da atual situação”, entende. Ele lembra que os 67 aeroportos sob responsabilidade da Infraero devem valer cerca de US$ 50 bilhões, enquanto o patrimônio da estatal não passa de R$ 20 milhões.
Por lei, a Infraero detém a concessão do governo para operar os aeroportos federais, recebida do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC). O brigadeiro José Carlos Pereira questiona a proposta de privatização dos aeroportos alegando que o atual sistema é importante para a economia real que depende, em grande parte, do transporte aéreo. Ele duvida que a transferência para operadores privados aumente a oferta de serviços. “Privatizar os aeroportos não significa ampliar o número de pistas, de terminais e a oferta de vôos para os passageiros”, pondera.
O diretor de Operações da estatal, brigadeiro Nicácio Silva, discorda da transferência das operações dos aeroportos para grupos privados. “Quando se quer destruir essa empresa, rentável, mesmo com administrações difíceis, é motivo de uma profunda reflexão”, alertou. Ele julga a atual estrutura aeroportuária uma das melhores do mundo. “Quem considera a Infraero uma empresa ruim não conhece o resto”, comentou.
Desafio
Nicácio ataca os defensores da privatização dos aeroportos que estão no governo. “Do ponto de vista da ética, de princípios e valores da administração pública, não tem sentido se pensar em privatização”, disse. Ele desafiou os defensores da desestatização a explicarem suas razões: “Compete a quem defende a privatização justificar a destruição dessa empresa”.
O dirigente da estatal reflete o pensamento de boa parte dos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele lembra que os principais aeroportos brasileiros compartilham as pistas de pouso com as bases aéreas, o que pode, segundo Nicácio, causar problemas operacionais. O brigadeiro considera a estatal estratégica para o país, superavitária e com ativos rentáveis. “A Infraero é tão estratégica quanto a Petrobras. Por que não destruir a Petrobras também?” E fez um desafio: abrir o capital da companhia por cinco anos, com lançamento de ações em bolsas de valores, para só depois decidir o futuro da estatal.

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